A falsa da “Diáspora Africana”
A negritude brasileira se formou a partir da “diáspora africana” acontecida no século XV pelos escravocratas europeus da época que não mediram nem esforço tampouco ganância para sequestrar os nativos das aldeias e ainda ajudado no local por gente da própria raça, o qual estes por sua vez sofreu de cara tanto a traição dos seus conterrâneos africanos quanto a crueldade e terror por parte do branco europeu que seguia a nefasta ordem da Igreja Católica que considerava o negro um ser sem alma, dando aval para o sequestro comercio e exploração dos nativos, incentivando assim a escravatura em todos os setores.
Na verdade, o que aconteceu não foi uma diáspora africana, como quer alguns historiadores. O que houve foi rapto, sequestro e comercio de seres humanos no continente africano os, quais foram levados para América e submetidos à sevicias, trabalho forçado, tortura, castigo e execução.
Após 300 anos sendo espoliados e sofrendo todas essas vicissitudes desde quando chegara ao continente americano, esse malefício foi legado as próximas gerações que nasceram praticamente já na América, na metade do Século XIX, por que sofreram a pior de todas as mazelas com importação da prática chamada processo da eugenia, promovida pelo nada mais nada menos, que o Imperador Dom Pedro I, o qual incentivou a vinda de brancos pobres da Europa para dentro do país para cruzar com os negros seguindo a epistemologia racista galtoniana em voga na época, com a pretensão de que a longo prazo toda população do país se "esbranquiçasse" como apostava o Imperador. Praticamente o que Dom Pedro I queria, era o niilismo absoluto da raça negra no país, o que resultou tal projeto na maior falácia que a historia testemunhou.
Apesar de todas esses transtorno aqui descritos, e outros tantos mais e, que foram ocultos pelos que escreveram a história brasileira, a alma do negro brasileiro ficou marcada e ao mesmo tempo sublimada, na sua exaltação maior pela vida, por que a magnificência, continua viva e reluzente na cultura, na gastronomia, nos esportes, na religião etc. e por mais que a luta ainda não acabou, pós os inimigos niilistas deles continuam ocultos nas sobras sociais. Tanto o negro brasileiro, quanto os índios ambos sofreram e ainda sofrem discriminação enrustida no meio social.
A minoria que reagiu no passado contra a escravidão no caso de Zumbi dos Palmares e, aqui em Mato Grosso, a rainha Thereza de Benguela no município de Vila Bela da Santíssima Trindade, e em Poconé, Doninha do Tanque Novo. Esses heróis que engrossam a lista de tantos outros mártires país afora que marcaram nossa história e, que nunca foram pusilânimes e nem calados como todos pensam e, se hoje, a porcentagem de afrodescendentes que recusam serem discriminados e explorados no meio trabalhista, reagem sobrevivendo nas favelas esquecida pelo poder público e, que para sobreviverem, comercializam maconha e cocaína, atendendo a demanda de consumo que o branco da classe média e alta usam protegido pela lei unilateral que salvaguarda-o como “vítima”. Essa herança de jurisprudência ambígua, foi proferida pelo grande jurista brasileiro, Heráclito Fontoura Sobral Pinto, o qual conclamou na defesa histórica do revolucionário Luis Carlos Prestes, dizendo na sessão do fórum, um paradoxismo mais sufista já proferido por um jurista: - “Quero livrar o senhor Luis Carlos Prestes do comunismo”, um argumento tão idiota quanto a dos padres ou pastores evangélicos, em querer livrar o pecador do Satanás. Essa hipócrita defesa tornou-se a maior jurisprudência gerada há mais de 60 anos, um desvio de objeto ou melhor : - Querer combater a consequência e não a causa, e, que tornou-se mais tarde, a base que a classe jurídica brasileira corrupta encontrou para afirmar ser o viciado em droga, "uma vítima do tráfico”, o que não passa de um notável e esfarrapado engodo para proteger da prisão, a prole da elite degenerada pelo vício e, que não tem um mínimo de respeito pelo povo brasileiro, tampouco pelo país onde vive. Se eles pudessem teriam ido embora como era de costume dos seus ancestrais brancos que vieram enriquecer e não conseguiram voltar para a Europa. Enquanto isso, os negros dos morros vivem o confronto constante com os que fizeram as leis corrupta unilateral protecionista.
Do outro lado no interior do país presenciamos a luta dos quilombolas e dos índios para se manterem no seu território conservando sua cultura ameaçada o tempo todo pela fronteira agrícola do agronegócio.
Apesar dos pesares, na ultima enquete que fizeram sobre o patriotismo quem tem maior espírito cívico brasileiro, o negro e o índio foram o maior contigente em afirmar o amor visceral pela pátria brasileira.
Em suma o que nos resta saber dessa “ histórica dramaturgia conspiratória”, foi que a boa gastronomia afro/indígena foi incorporadas na cultura nacional por necessidades e ausências dos cereais como o trigo, e a aveia e também das frutas européia que são originário do clima temperados e, que praticamente não havia possibilidades nenhuma de conseguir produzi-las no ambiente tropical brasileiro, visto que naquele tempo não havia tecnologia de aclimatação como hoje. Essa aculturação gastronômica afro/indígena, que embora fosse cultivado no início pelas famílias de baixa renda e, depois da entrada do século XX tornou-se comida brasileira, nunca foi levada em consideração como cultura afro/indígena, tampouco foi ensinado nas escolas sobre tal legado. Por outro, lado o culto afro, a arte musical e a capoeira, entrou na cultura brasileira por causa da proliferação da mestiçagem consequência da falácia do projeto da eugenia, acima citado, e sobretudo pela compaixão do aumento da contingente de descendências afro/indígena, o qual o sentimento antropológico/genético/espiritual falou mais alto, que "a régua racional cristã”, que já moldava as camadas sociais da mestiçagem. O culto afro, a arte musical e a capoeira continuaram sendo marginalizada no sossego feroz niilista das elites tradicionais.
Pode se dizer que a identidade negra/indígena constituída no Brasil, não foi fruto de uma Diáspora Africana, tampouco de "intercâmbios de culturas" como pregoa alguns historiadores reformistas, mas sim de uma necessidade vital de sobrevivência de uma prole branca/mestiça e por outro lado da decisão dos quilombolas e de algumas etnias indígena em preferir se isolar nas florestas no interior do país buscando tornar-se um homem novo longe do confronto urbano dos seu descendentes que lutam contra uma lei brasileira protecionista, intencional e corrupta, a qual insiste em peitar uma guerra contra o tráfico de droga nas metrópoles, a qual já está perdida há anos, mas que preferem insistir nessa farsa moral.
Se eu fosse usar um neologismo para descrever toda essa historicidade e sublimação desses dois povos, eu diria que são todos “arquihumanistas”, por que a sua saga de perdão aos seu algozes, está alem da compreensão humana em todo o mundo.
Milton Guapo